Cidade recebe nesta semana a segunda edição da Bienal Internacional Graffiti Art; saiba mais sobre o evento
Começa nesta terça-feira (22) a segunda edição da Bienal
Internacional Graffiti Art do Museu Brasileiro da Escultura (MuBe), em
São Paulo. O evento, que desta vez conta com 50 grafiteiros, é
responsável pela "recolocação do MuBe no circuito cultural de São
Paulo", disse Renata Junqueira, diretora de relações internacionais do
museu e idealizadora do projeto.
Diferentemente de outras mostras, na Bienal Graffiti Art as obras são desenvolvidas poucos dias antes de sua abertura, dentro do espaço definido por seu curador, Binho Ribeiro. É ele quem escala os artistas e define em quais murais serão desenvolvidos os seus trabalhos. "Essa é a parte mais louca do evento: nada é 100% definido. Conheço o estilo de cada artista e sei como eles se relacionam, mas a criação é feita aqui. Os artistas urbanos têm essa característica da velocidade", explica. Sobre a escalação dos participantes, que conta com artistas de renome como o norte-americano Daze, o francês Kongo e o brasileiro Speto, Binho defende a busca por "criadores de obras verdadeiras". "Busco artistas que estão nas ruas, em atividade. Não me importa se ele é famoso. Temos pessoas que representam o início dessa cultura e integrantes de uma nova geração."
Em plena atividade para terminar seu painel, o artista chileno Alme, escalado para expor no grande mural compartilhado por uma dezena de grafiteiros, disse que a convivência com seus vizinhos é pacífica. "É sempre assim. Até dois dias atrás não conhecia nenhum dos grafiteiros que estão ao meu lado e juntos definimos como as obras se relacionarão."
Enquanto alguns parecem contar apenas com a imaginação para desenvolver seus grafites, o angolano Skor, residente no Brasil desde 2010, não deixa de checar uma folha de papel com sua ilustração. "Prefiro usar isso como guia para não ter surpresas. É raro improvisar, mas às vezes acontece", disse ele, revelando gastar entre 20 e 25 latas de spray para completar seu trabalho.
Questionado sobre a diferença entre o grafitei das ruas e o feito no espaço interno do museu, Binho Ribeiro relaciona a mudança geográfica à mesma de um zoológico. "O leão no zoológico não deixa de ser um leão, ele só é apreciado de outra maneira."
O norte-americano Daze, que esteve presente na origem da cena do grafite de Nova York, nos anos 1970, exibe pela primeira vez seu trabalho dentro de um museu. "A diferença está na forma como conduzo a obra. Na rua é um momento transitório, pois sei que não vai ficar lá para sempre. No estúdio minha mente se volta para o estudo do trabalho, pois você fará algo que vai ficar."
Apesar de produzidos especialmente para o MuBe, ainda não existe um destino certo para os grafites desta Bienal. "Nossa preocupação não é com o mercado. Para os grafiteiros não é um problema que a obra seja apagada no final. É o que acontece nas ruas", afirma Binho Ribeiro.
Para os curiosos em saber como se desenvolve um graffiti, o Mube prepara uma ação externa
para sua abertura, nesta segunda (22). Nela o artista pernambucano Frank criará um mural na área externa do museu, por volta das 15h.
2ª Bienal Internacional Graffiti Fine Art
Endereço: MuBe - Av. Europa, 218, São Paulo
Data: De 22 de janeiro a 24 de fevereiro
Horário: Terça a domingo, das 10h as 19h
Entrada gratuita
Informações: 11 2594-2601 ou mube@mube.art.br
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/2013-01-21/mostra-de-grafite-em-sao-paulo-tem-obras-feitas-na-hora-veja-video.html
Diferentemente de outras mostras, na Bienal Graffiti Art as obras são desenvolvidas poucos dias antes de sua abertura, dentro do espaço definido por seu curador, Binho Ribeiro. É ele quem escala os artistas e define em quais murais serão desenvolvidos os seus trabalhos. "Essa é a parte mais louca do evento: nada é 100% definido. Conheço o estilo de cada artista e sei como eles se relacionam, mas a criação é feita aqui. Os artistas urbanos têm essa característica da velocidade", explica. Sobre a escalação dos participantes, que conta com artistas de renome como o norte-americano Daze, o francês Kongo e o brasileiro Speto, Binho defende a busca por "criadores de obras verdadeiras". "Busco artistas que estão nas ruas, em atividade. Não me importa se ele é famoso. Temos pessoas que representam o início dessa cultura e integrantes de uma nova geração."
Em plena atividade para terminar seu painel, o artista chileno Alme, escalado para expor no grande mural compartilhado por uma dezena de grafiteiros, disse que a convivência com seus vizinhos é pacífica. "É sempre assim. Até dois dias atrás não conhecia nenhum dos grafiteiros que estão ao meu lado e juntos definimos como as obras se relacionarão."
Enquanto alguns parecem contar apenas com a imaginação para desenvolver seus grafites, o angolano Skor, residente no Brasil desde 2010, não deixa de checar uma folha de papel com sua ilustração. "Prefiro usar isso como guia para não ter surpresas. É raro improvisar, mas às vezes acontece", disse ele, revelando gastar entre 20 e 25 latas de spray para completar seu trabalho.
Questionado sobre a diferença entre o grafitei das ruas e o feito no espaço interno do museu, Binho Ribeiro relaciona a mudança geográfica à mesma de um zoológico. "O leão no zoológico não deixa de ser um leão, ele só é apreciado de outra maneira."
O norte-americano Daze, que esteve presente na origem da cena do grafite de Nova York, nos anos 1970, exibe pela primeira vez seu trabalho dentro de um museu. "A diferença está na forma como conduzo a obra. Na rua é um momento transitório, pois sei que não vai ficar lá para sempre. No estúdio minha mente se volta para o estudo do trabalho, pois você fará algo que vai ficar."
Nas palavras da brasileira D Ninja, envolvida
no grafite há duas décadas, existem diferenças entre os trabalhos em
ambientes externos e internos. "Aqui temos uma representação. Fora você
tem o ar livre, você está na rua, que é o ambiente natural do grafite.
Foi pintando na rua que viram o meu trabalho e me abriram
oportunidades", diz a artista, que também ilustra livros infantis.
Talvez a pergunta mais feita aos convidados
internacionais seja relacionada à existência de um estilo brasileiro de
grafite. Nas palavras de Daze, o que se vê no Brasil é completamente
diferente do feito nos EUA ou na Europa. "Acho que aqui não era fácil
obter informações, o que forçou as pessoas a desenvolver seu estilo.
Aqui vemos personagens gigantescos nos muros, coisa que não existe em
Nova York."Apesar de produzidos especialmente para o MuBe, ainda não existe um destino certo para os grafites desta Bienal. "Nossa preocupação não é com o mercado. Para os grafiteiros não é um problema que a obra seja apagada no final. É o que acontece nas ruas", afirma Binho Ribeiro.
Para os curiosos em saber como se desenvolve um graffiti, o Mube prepara uma ação externa
para sua abertura, nesta segunda (22). Nela o artista pernambucano Frank criará um mural na área externa do museu, por volta das 15h.
2ª Bienal Internacional Graffiti Fine Art
Endereço: MuBe - Av. Europa, 218, São Paulo
Data: De 22 de janeiro a 24 de fevereiro
Horário: Terça a domingo, das 10h as 19h
Entrada gratuita
Informações: 11 2594-2601 ou mube@mube.art.br
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/2013-01-21/mostra-de-grafite-em-sao-paulo-tem-obras-feitas-na-hora-veja-video.html
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